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Alien's Home

Quando conheci um ajudante de belzebu.

por Alien, em 12.12.22

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Fiquem longe do Convento da Arrábida.

Meus amigos terrestres, o que vos vou contar é verídico e talvez vos venha a ajudar num futuro que espero que nunca se materialize. Esta história veio-me à cabeça e resolvi partilhar aqui.


Conheço bem a Arrábida pois detenho uma casa em sesimbra, no entanto, nunca tinha ido ao convento. Naquele dia virei-me para o macho alienígena que estava comigo e disse-lhe que seria giro ir ver o Convento da Arrábida, ele concordou e em minutos tínhamos chegado.
 
Saí do carro e verifiquei que o portão verde enferrujado estava fechado. 

Quando olhei pelo retrovisor para fazer marcha atrás, vi que não o podia fazer porque um homem falava com os outros dois humanos, de um carro parado atrás do nosso.
 
Comecei a conversar com o macho alienígena e como que se deslizando pelo ar sinto uma cara quase dentro do meu carro que me pergunta:
- Posso ajudá-los?

Tive um arrepio e senti uma energia tão forte e negativa vinda daquele homem que fiquei muito assustada. A primeira coisa que me chamou a atenção - depois daquela cara hedionda, cheia de negatividade - foi a cruz de plástico que trazia ao peito. 
O diálogo foi mais ou menos este:
 

- Nós vínhamos visitar o convento - digo, mostrando-me destemida, fingindo é óbvio.
- O convento não recebe visitas!
- Ah, é pena. -  acrescentei
 
Com um sorriso, este ser diz:
-Bem, existem as visitas especiais.
- Especiais?
- Sim, os senhores ligam para o número que se encontra no portão e eu dou-vos uma visita guiada...afinal vivo aqui há mais de 18 anos.
 
Olhei novamente para a cruz.
 
- 18 anos?  E vive aqui sozinho? - perguntei
-Tenho companhia.
- Ah, vivem aqui freiras?!
- Não! É outro tipo de companhia. - Fez uma pausa que meus amigos, eu sendo fã de filmes de terror, nunca vi uma a expressão daquelas.
 
Continuando a fingir de que nada se passava indaguei.
 
-Vive com alguém?
- Pode-se dizer que sim! - sorrindo
-Tem cães ou gatos? - questionei
Não recebi uma resposta nem afirmativa nem negativa.
 
- Olhem, sinceramente recomendo uma visita, sei alguma coisa sobre este convento, é uma visita i-n-t-e-r-e-s-s-a-n-t-e! Liguem!

Disse que sim e coloquei a marcha atrás o mais depressa que consegui. Quando íamos em movimento virei-me para o macho alienígena e perguntei:
 
- Sentiste o mesmo que eu?
- Fod#-se!Aquele homem passou uma energia tão negativa. Assustou-me mesmo.
- Ninguém me apanha a visitar o Convento. Reparaste na cruz?
 
Chegámos à conclusão que era deveras estranho aquele ser que vive ali há 18 anos não ter uma cruz verdadeira ao pescoço, mas uma de plástico com um desenho fora do normal.Fuck!
 

Quando contámos isto a um amigo de sesimbra ele disse:
 
- Mas olhem que aquele convento é lindo, quando ainda estava aberto era possível ver as masmorras e as correntes de ferro, às quais os condenados eram amarrados para serem torturados.
 
E lembramo-nos de ele ter dito que tinha companhia no convento. Estaria a referir-se a almas penadas? Se é que isso existe?
 
Aqueles que possam pensar que estou a exagerar, que vão até ao Convento e toquem à campainha. Boa sorte.
 
Liguei à mãe alienígena.
 
Contei-lhe tudo. Ela que é crente em Deus, também acredita no mal, nas energias negativas que nos rodeiam. Não é fanática, é uma pessoa calma que acredita no que acredita e disse-me:
 
- Quando for assim, disfarçadamente - numa perna, braço - faz o desenho de uma cruz.
 
Conhecemos o dito cujo ou um dos seus ajudantes, só pode. Sem a mínima preocupação, a minha mãe diz-me:
- Não dês mais importância a isso, não vale a pena. Retorquiu com uma serenidade impressionante.
 
- Queres ficar calma Alien?
- Quero!
Então disse um pai-nosso. O facto é que me senti diferente, ajudou. Não sei como mas ajudou.
 

A história já vai longa, mas o meu conselho é:
Levem a sério as minhas palavras alienígenas e fiquem longe do Convento da Arrábida. Se um dia se cruzarem com aquele ser arrepilante vão-se lembrar deste texto.
 
Quem procura, acha.
 
Mas isto sou só eu